terça-feira, dezembro 08, 2009

Simpatia

Eu vou para o trabalho de bicicleta quase todo dia. Mas em dias como hoje, de chuva e vento, deixo a "magrela" em casa e pego ônibus. E tanto nos horários da manhã (6:30 e 11:30) quanto na volta à noite (22:30), tanto os cobradores quanto os motoristas das linhas que eu uso são muito simpáticos.

Muito engraçado perceber isso. Não é normal! E eu tenho essa experiência em 3 dos 4 horários em que uso ônibus. Mas, como assim: simpáticos? Bem, normalmente cumprimentam, desejam bom dia / boa noite, um deles deseja a todos "uma boa viagem e um bom dia de trabalho e estudos", e batem papo com os passageiros, mesmo os mais sonolentos como eu.

Mas porque este post? Uma homenagem de fim de ano aos cobradores e motoristas da Transol (empresa de ônibus que utilizo)? Na verdade não, a idéia é expôr um medo meu. Tenho muito medo de ser simpático!

Hehe, pode parecer coisa de louco. Não posso mentir: eu procuro ser simpático e atencioso no meu trabalho. Acredito que é um pré-requisito se eu quiser receber o salário no início do mês. Eu sou pago para servir aqueles clientes que, no meu caso, buscam orientação na prática de atividades físicas na academia do condomínio em que vivem, mas que também buscam alguém para conversar, um amigo, informações sobre a cidade (muitos são provenientes de outras regiões do estado e do país), etc.

Mas por que o medo? Simplesmente por causa das reações que este comportamento provoca. Hoje de manhã, por exemplo, entrei no ônibus e logo em seguida entrou uma senhora, por volta de 50 anos. O cobrador e o motorista cumprimentaram a senhora, ajudaram-na com as sacolas e, quando ela sentou, começou a lamentar a vida, o fato de ter um neto excepcional, a filha que ganha mal, o genro que não para de beber. Durante os 15 minutos que passei dentro do ônibus ela destrinchou a vida toda. Não posso reclamar: os funcionários foram altamente educados, ouvindo tudo pacientemente (coisa rara, hoje em dia..). Mas eu já estava irritado, cansado até!

E isso acontece quase todo dia na academia. Ou em qualquer outro ambiente. As pessoas são terrivelmente carentes. Se você dá uma brecha, pimba!! Acabou de se tornar terapeuta!! Fico pensando se um dia os fiscais do Conselho de Psicologia baterem lá na academia ou entrarem no ônibus... Acho que eu e o cobrador seremos multados por "exercício ilegal da profissão"!!

É um perigo ser educado hoje em dia!! Minha mãe nunca me alertou para isso...

sábado, dezembro 05, 2009

Cartão de Natal

Hoje a minha irmã me mostrou um cartão de Natal que recebemos de uma amiga que mora em Chieri, na Itália. Era vizinha nossa até uns tempos atrás e agora está lá, estudando latim, filologia germânica (!!), etc..

Mas o interessante foi receber um cartão de Natal. Não sei há quantos anos eu não recebo um cartão, desses vindos pelo correio, em envelope e tal. Depois do surgimento do orkut, só recebo essas coisas bregas cheias de brilho e efeitos de power point com mensagens genéricas que os indivíduos enviam pros 983 contatos da lista (provavelmente umas 500 pessoas ele nem sabe quem são).

Mas receber um cartão assim, pelo correio, envelopinho, selo italiano, endereço redigido a mão.. tem mesmo um gosto especial. O cartão tinha até um versículo (afinal é Natal) escrito em italiano, e era endereçado para toda a família. A diferença, afinal, é que nos últimos anos, as únicas coisas que recebemos pelo correio são contas ou encomendas (que nada mais são do que cartas para nós mesmos..). Hm, esqueci: também recebemos quilos de propaganda, promoções, etc.

E pode parecer piegas, como aquelas baboseiras de "espírito natalino", mas nossa sociedade esqueceu completamente o valor dessas coisas: um cartão, família, amizades, etc. Não é pieguice, mas é um diagnóstico: na hora que o homem esquece coisas simples como essas, provavelmente ele deixe de ser um homem de verdade...

Mas, graças a Deus, nem todos esqueceram. Nos links ali do lado tem o blog dessa nossa amiga, a Sissa.. Dêem uma olhada...

Bom fim de ano pra nós, sem se prender as bobagens, mas nunca esquecendo do valor que coisas simples podem representar na vida das pessoas que estão a nossa volta...

Novas de fim de ano!!

Caraca, mto tempo sem escrever, de novo! Tô começando a achar que sou incompetente demais pra esse troço aki.. Mas na real, aconteceu tanta coisa nas últimas semanas, estudei tanto, que acho que meu cérebro acabou bloqueando algumas funções (do tipo, criatividade) que considerou irrelevantes. Mas eu tenho que voltar, neh, ainda mais agora que tenho até um seguidor (huahua, valew, sammyzinho "big but" juxtino)!!

Então, vamos às novas!!

Primeira coisa, nos últimos três meses fiz uma disciplina como aluno especial do mestrado em Educação Física da UFSC. Professoras mto boas (Rosane, sou fã, e Maria de Fátima, também passei a gostar mto). O tema: Crescimento & Desenvolvimento Físico, ou seja, fisiologia e epidemiologia de crianças e adolescentes (pode parecer difícil, mas é mto legal). Terminei na última quarta-feira, e fiquei com mta vontade de continuar estudando essa área.

A segunda novidade vai me ajudar a cumprir essa vontade. Antes de ontem saiu o resultado do concurso que eu prestei para professor da prefeitura de Florianópolis. Agora, ao invés de ficar pulando de galho em galho e trabalhando com academia, vou voltar pra área que primeiro me interessou na EF: escolar. É verdade que durante o curso acabei me jogando mais pra área esportiva e não esqueci disso não, mas fico muito feliz de voltar a trabalhar com escola, tanto que pretendo aos poucos me envolver com esporte escolar e iniciação esportiva. Apenas estou orando mto para que, na escolha de vagas, eu encontre uma boa escola, em uma localização legal!!

Outra novidade, um pouco mais velha que essa: no dia 12.10 (sim, dia das crianças!) eu e a Sara noivamos. Se tudo der certo, e já está dando, devemos casar até o fim de 2010. Honestamente, eu não queria esperar tanto, hehe, mas vamos continuar fazendo as coisas de forma tranquila, sem atropelos.

Acho que é isso.. só pra atualizar os leitores...

/bom fim de semana a todos (hohoho...)

terça-feira, julho 28, 2009

Onde estão os homens?

Tempos atrás li um artigo que perguntava: Onde estão os anciãos? Era um questionamento sobre a ausência de homens maduros, especialmente a frente das igrejas. Uma constatação da nulidade a que se submetem os homens a partir da meia-idade, uma consequencia certa da nulidade que fazem questão de ser desde sempre dentro de suas próprias famílias e da sociedade.
Acredito que a pergunta pode ser expandida... Onde estão os homens (de qualquer idade)? Vivemos tempos em que o valor está depositado na juventude - produzimos eternos adolescentes, presos na barra da saia (ou do tailleur) da mãe e de outras mulheres. Vivemos tempos em que o valor está no prazer - produzimos crianças viciadas em sexo, video game, cerveja com os amigos. Vivemos tempos em que o valor está na beleza física - produzimos bebezões vigoréxicos, que se alimentam com sibutramina e Animal Pack.
Por outro lado, o mundo do trabalho exige cada vez mais dedicação, com a promessa de maiores ganhos e status. E engana a muitos ao argumentar que, sem as 90 ou 100 horas de trabalho por semana, seria impossível manter algo chamado "qualidade de vida" A pergunta é: qual é a vida que sobrará para ter qualidade?
Não digo que seja desnecessário trabalhar. Pelo contrário! O trabalho é a verdadeira vocação do ser humano e a forma apropriada para contribuir com o mundo e a socieedade. A única questão é se podemos priorizar uma contribuição para o mundo que inviabilize a contribuição para os que estão ao nosso redor. De que vale uma "contribuição" que deixa pelo caminho a esposa, os filhos (quando os tem..), que minimiza os amigos a parceiros de happy hour, nunca contribuindo verdadeiramente com as necessidades mais próximas?
Em suma, nossa sociedade prioriza inúmeros compromissos e exigências sobre os indivíduos, porém deixa em segundo plano a formação de indivíduos saudáveis e verdadeiramente responsáveis. Os culpados e os principais prejudicados são os próprios homens, individualmente. Culpados porque escondem-se ativamente por trás de seus afazeres e também se abstém e assumir a criação de seus filhos, deixando-os por toda a vida sob a autoridade da mãe e de outras mulheres. E prejudicados porque passam pela vida desmotivados mas com muita pressa e atarefados; quando aposentam-se do trabalho, percebem que não têm mais vida nenhuma.
Poucos são os homens que enxergam a si próprios de maneira crítica, que questionam suas rotinas e são corajosos para priorizar as coisas mais importantes. Por isso, há tantos jovens procurando ansiosos por exemplos e mentores. Sem encontrá-los!
Como diz o meu pai: toda discussão torna-se vazia quando não tocamos os pontos básicos, os assuntos primordiais. Falar sobre adolescentes rebeldes, uso de drogas, sexo na adolescência torna-se inútil pois permanecemos na periferia do problema. A causa está em casa... E a casa começa por um homem...

terça-feira, junho 16, 2009

Proatividade

Apesar de a palavra proatividade ser atualmente muito comum nos livros sobre administração, trata-se de um termo que não encontraremos na maioria dos dicionários. Ela significa muito mais do que tomar a iniciativa. Implica que nós, como seres humanos, somos responsáveis por nossas próprias vidas. Nosso comportamento resulta de decisões tomadas, não das condições externas. Temos a capacidade de subordinar os sentimentos aos valores. Possuímos iniciativa e responsabilidade suficientes para fazer os fatos acontecerem.
Pense na palavra responsabilidade - respons-abilidade -, a habilidade para escolher sua resposta. Pessoas superproativas acostumam-se com a responsabilidade. Não colocam a culpa por seu comportamento em circunstâncias, condições ou condicionamentos. Seu comportamento é produto de sua própria escolha consciente, baseada em valores, não resultado de um condicionamento, baseados em sentimentos.
Uma vez que somos, por natureza, proativos, nossa vida só será consequência das condições e dos condicionamentos se deixarmos que estes fatores controlem nossa mente, por decisão consciente ou omissão.
Se esta foi a nossa opção, tornamo-nos reativos. As pessoas reativas são afetadas somente pelo ambiente físico. Se o tempo está bom, elas se sentem bem. Caso contrário, mudam a atitude e a performance. As pessoas proativas carregam o tempo dentro de si. Faça chuva ou faça sol, não interessa, elas avançam graças a seus valores. E se um de seus valores é realizar um trabalho de qualidade, ela não depende de o tempo estar bom ou não.
As pessoas reativas também são afetadas pelo ambiente social, pelo "clima social". Quando as pessoas as tratam bem, sentem-se bem. Quando acontece o contrário, assumem uma postura defensiva ou protetora. As pessoas reativas constroem sua vida emocional em trono do comportamento dos outros, permitindo que a fraqueza alheia as controle.
A capacidade de subordinar um impulso a um valor é a essência de uma pessoa proativa. Os reativos são levados por sentimentos, circunstâncias, condições e ambiente. Os proativos são guiados por seus valores, cuidadosamente pensados, selecionados e interiorizados.
Os proativos continuam sendo influenciados pelos estímulos externos, sejam estes sociais, físicos ou psicológicos. Mas a resposta aos estímulos, consciente ou inconsciente, é um escolha ou resposta baseada em valores.
Eleanor Roosevelt disse: "Ninguém pode ferí-lo sem seu consentimento." Nas palavras de Gandhi, isso aparece também: "Eles não conseguem tirar nosso respeito próprio se não o entregarmos a eles." É nosso consentimento, nossa permissão para que as coisas aconteçam a nós que nos fere, muito mais do que os eventos propriamente ditos.
Concordo que tudo isso é muito difícil de se aceitar emocionalmente, em especial se carregarmos nas costas por anos a fio o costume de responsabilizar o comportamento alheio ou as circunstâncias por nossos problemas. Mas uma pessoa só pode dizer: "Eu escolho isso" quando se torna capaz de dizer: ""Sou o que sou hoje por causa das escolhas que fiz ontem."

1º Hábito: Seja Proativo
Stephen R. Covey

Hábito

"Somos o que repetidamente fazemos,
A excelência, portanto, não é um feito, mas um hábito."
Aristóteles

terça-feira, maio 26, 2009

A Ética da Personalidade

"Hoje em dia nos deparamos com indivíduos que se comportam como autômatos, que não conhecem ou compreendem a si mesmos, e a única pessoa que conhecem é a que pensam ser, alguém cuja conversa vazia substituiu a comunicação real, alguém em quem o sorriso sintético tomou o lugar do riso genuíno e a sensação de desespero total ocupou o vazio deixado pela dor autêntica. Duas coisas podem ser ditas de tais indivíduos. A primeira é que sofrem de defeitos aparentemente incuráveis, como a falta de espontaneidade e personalidade. Ao mesmo tempo, podemos dizer que eles não diferem de milhões de pessoas que, como nós, caminham pela face da Terra."
Erich Fromm

terça-feira, maio 19, 2009

Fahrenheit

"Não se pode construir uma casa sem pregos e madeiras. Se você não quiser que se construa uma casa, esconda os pregos e a madeira. Se não quiser um homem politicamente infeliz, não lhe dê os dois lados de uma questão para resolver; dê-lhe apenas um. Melhor ainda, não lhe dê nenhum. Deixe que ele se esqueça de que há uma coisa como a guerra. Se o governo é ineficiente, despótico e ávido por impostos, melhor que ele seja tudo isso do que as pessoas se preocuparem com isso. Paz, Montag. Promova concursos em que vençam as pessoas que se lembrarem da letra das canções mais populares ou dos nomes das capitais dos estados ou de quanto foi a safra de milho do ano anterior. Encha as pessoas com dados incombustíveis, entupa-as tanto com "fatos" que elas se sintam empanzinadas, mas absolutamente "brilhantes" quanto a informações. Assim, elas imaginarão que estão pensando, terão uma sensação de movimento sem sair do lugar. E ficarão felizes, porque fatos dessa ordem não mudam. Não as coloque em terreno movediço, como filosofia ou sociologia, com que comparar suas experiências. Aí reside a melancolia. Todo homem capaz de desmontar um telão de tevê e montá-lo novamente, e a maioria consegue, hoje em dia está mais feliz do que qualquer homem que tenta usar a régua de cálculo, medir e comparar o universo, que simplesmente não será medido ou comparado sem que o homem se sinta bestial e solitário. Eu sei porque já tentei. Para o inferno com isso! Portanto, que venham seus clubes e festas, seus acrobatas e mágicos, seus heróis, carros a jato, giroplanos, seu sexo e heroína, tudo o que tenha a ver com reflexo condicionado. Se a peça for ruim, se o filme não disser nada, estimulem-me com o teremim, com muito barulho. Pensarei que estou reagindo à peça, quando se trata apenas de uma reação tátil à vibração. Mas não me importo. Tudo o que peço é um passatempo sólido."

Capitão Beatty, in "Farenheit 451: a temperatura na qual o papel do livro pega fogo e queima", de Ray Bradbury (1953).

segunda-feira, março 02, 2009

Rupturas

Há cerca de 2 meses (quando escrevi pela última vez aqui) falei sobre o Reveillón (e todos os aniversários e datas comemorativas) e a expectativa de um recomeço. Hoje, em Florianópolis, SC, inicia-se oficialmente o ano... isso mesmo, com dois meses de atraso com relação ao resto do ocidente!!!

Vamos aos fatos: apesar de não representar mais a maior fatia do PIB desta capital, o turismo ainda ocupa no imaginário popular o posto de vocação da cidade. Muitos profissionais de outras áreas investem em comércio, aluguel de imóveis, prestação de serviços para turistas. E o verão, auge da procura dos turistas pela ilha, torna-se um período a parte na economia do município. Grande concentração de turistas brasileiros e estrangeiros nos balneários, trânsito mais engarrafado nas vias de acesso à cidade, um clima de cidade maravilhosa, saúde pra dar e vender, melhor qualidade de vida entre as capitais brasileiras, etc.

Pois então, em 02 de março, ao fim da semana de Carnaval, eis que a cidade volta ao "normal"! Os turistas vão embora, os estudantes voltam à rotina de aulas, funcionários públicos voltam ao horário regular de funcionamento das repartições. Consequência 1: o trânsito da cidade hoje está um caos (e a típica tempestade de fim de tarde só colabora...). Consequência 2: De repente alguém lembra do aumento da tarifa do transporte coletivo e ressuscita a campanha do Passe Livre (e teremos mais manifestações durante a semana, a exemplo dos últimos anos). Consequência 3: grande parte do comércio nos balneários simplesmente fecha as portas, e só deve abrir novamente no próximo mês de dezembro, provavelmente com novos proprietários. Consequência 4: Todos os bancos, lotéricas ou qualquer balcão de pagamento de qualquer coisa - tudo está lotado e as pessoas estão estressadas (logo no "primeiro dia do ano??").

É interessante: nada mudou pra mim... depois que saí da universidade, não faz diferença relevante o calendário escolar. Mesmo quando dei aula em colégios, no dia em que os alunos chegavam eu já estava trabalhando havia vários dias. Mas é muito interessante notar como essas rupturas no calendário são, de certa maneira, acordos coletivos. A maioria dos brasileiros poderia ir ao banco na terça ou na quarta, mas prefere a segunda-feira. Tema para algum sociólogo com crise de criatividade...

O mais interessante: quando esse dia da ruptura, o início do ano, coincide com o início da "nova" novela que vai passar no "Vale a Pena Ver de Novo". E daí uma pequena multidão se aglomera, às 3h da tarde, em frente a qualquer loja de eletrodomésticos, para "ver de novo"...

Que povo estranho e fascinante!

quinta-feira, janeiro 01, 2009

Ano Novo

Inicialmente, um feliz 2009 para o que lêem este blog, que Deus abençoe a todos nós com sabedoria e conhecimento da Sua Palavra.

Bem, este não é o tipo de desejo que se ouve nos dias ao redor do réveillon. Em geral, e chega a ser absurdamente patético, os desejos são: Paz (todo ano se pede, e nunca acontece.. por que será?), Saúde (todos terão seus dias de saúde e de doença, e todo ano continuam morrendo todos aqueles que devem morrer naquele ano!!!), Dinheiro (com crise ou sem crise, todo ano pedimos e a maioria de nós continua endividado no ano seguinte), Amor e Felicidade (o que raios significa isso???).

Os pedidos se repetem a cada novo ano (eu só participei dos últimos 25, mas não acredito que isso tenha mudado muito nesse tempo). E as coisas permanecem exatamente como estão, independente dos números do calendário, com mudanças apenas periféricas, superficiais. Ou seja, quem não é feliz, pode até ter algumas alegrias durante o ano, mas continuará infeliz no dezembro seguinte.

Mas infelizmente grassa pelas nossas cidades, e pelas nossas igrejas, a filosofia do pensamento positivo, do "desenvolvimento da consciência", da evolução humana... Eu apenas gostaria de enxergar uma pequena prova de que o mundo melhorou alguma coisa nos últimos séculos... e se melhorou, uma pequena prova de que sem Deus algo disso teria acontecido!!! O homem (inclusive o "crente") acredita que se eu quero, as coisas vão acontecer... Se eu peço a Deus, seja o que for, vai acontecer, como se o chefe fosse eu, e Ele apenas o gênio da lâmpada...

Mas é inútil comemorar a entrada de um novo ano? Seria desperdício de tempo, risadas, champagne? Será que não vale nada viajar durante 4 horas, descendo da capital paulista para curtir uma festa apinhada de gente (como todos os outros dias do ano!) no Guarujá? Ou a correria de última hora pra chegar na praia todo suado e ver 15 minutos de uma apresentação de fogos de artifício? Ou o porre do dia 1º, a cabeça zunindo, o gosto de guarda-chuva na boca?

Vale a pena, sim! Mas não pra todos! O que significam os marcos que colocamos na nossa vida? Vale o mesmo para os Aniversários, os de vida, os de casamento, etc. Os marcos são formas humanas para sinalizar aquilo que nos é importante, para delimitar o que fazemos e simbolizar os inícios. Não criamos o universo, mas nem por isso deixamos de ter os nossos gêneses (no trabalho, na família, nos projetos pessoais). Faz parte do nosso genoma o fato de sermos criativos. Ou seja, construímos coisas, relacionamentos, empresas, blogs. Um novo ano ou uma nova etapa serão sempre o momento de avaliação, correção, novas metas, novos relacionamentos.

Não podemos ser hipócritas ao achar que o Réveillon será a panacéia dos nossos problemas, mentalidade "Ano Novo - Vida Nova". Vida Nova só há uma, e devemos comemorá-la todos os dias, no louvor a Deus, na Santa Ceia, na comunhão com os irmãos, no serviço a quem necessita.

Por outro lado, não devemos perder a chance, tornando esta noite em uma "Carnaval fora de época" - festas de amigo secreto, comilança, "bebelança", pagode, beijo na boca... e só!!

"Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios. Volta-te para nós, SENHOR; até quando? Aplaca-te para com os teus servos. Farta-nos de madrugada com a tua benignidade, para que nos regozijemos, e nos alegremos todos os nossos dias. Alegra-nos pelos dias em que nos afligiste, e pelos anos em que vimos o mal. Apareça a tua obra aos teus servos, e a tua glória sobre seus filhos. E seja sobre nós a formosura do SENHOR nosso Deus, e confirma sobre nós a obra das nossas mãos; sim, confirma a obra das nossas mãos." Salmo 90:12-17

"Confia no SENHOR de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas. Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao SENHOR e aparta-te do mal. Isto será saúde para o teu âmago, e medula para os teus ossos." Provérbios 3:5-8

Feliz 2009 para todos!!!