Há cerca de 2 meses (quando escrevi pela última vez aqui) falei sobre o Reveillón (e todos os aniversários e datas comemorativas) e a expectativa de um recomeço. Hoje, em Florianópolis, SC, inicia-se oficialmente o ano... isso mesmo, com dois meses de atraso com relação ao resto do ocidente!!!
Vamos aos fatos: apesar de não representar mais a maior fatia do PIB desta capital, o turismo ainda ocupa no imaginário popular o posto de vocação da cidade. Muitos profissionais de outras áreas investem em comércio, aluguel de imóveis, prestação de serviços para turistas. E o verão, auge da procura dos turistas pela ilha, torna-se um período a parte na economia do município. Grande concentração de turistas brasileiros e estrangeiros nos balneários, trânsito mais engarrafado nas vias de acesso à cidade, um clima de cidade maravilhosa, saúde pra dar e vender, melhor qualidade de vida entre as capitais brasileiras, etc.
Pois então, em 02 de março, ao fim da semana de Carnaval, eis que a cidade volta ao "normal"! Os turistas vão embora, os estudantes voltam à rotina de aulas, funcionários públicos voltam ao horário regular de funcionamento das repartições. Consequência 1: o trânsito da cidade hoje está um caos (e a típica tempestade de fim de tarde só colabora...). Consequência 2: De repente alguém lembra do aumento da tarifa do transporte coletivo e ressuscita a campanha do Passe Livre (e teremos mais manifestações durante a semana, a exemplo dos últimos anos). Consequência 3: grande parte do comércio nos balneários simplesmente fecha as portas, e só deve abrir novamente no próximo mês de dezembro, provavelmente com novos proprietários. Consequência 4: Todos os bancos, lotéricas ou qualquer balcão de pagamento de qualquer coisa - tudo está lotado e as pessoas estão estressadas (logo no "primeiro dia do ano??").
É interessante: nada mudou pra mim... depois que saí da universidade, não faz diferença relevante o calendário escolar. Mesmo quando dei aula em colégios, no dia em que os alunos chegavam eu já estava trabalhando havia vários dias. Mas é muito interessante notar como essas rupturas no calendário são, de certa maneira, acordos coletivos. A maioria dos brasileiros poderia ir ao banco na terça ou na quarta, mas prefere a segunda-feira. Tema para algum sociólogo com crise de criatividade...
O mais interessante: quando esse dia da ruptura, o início do ano, coincide com o início da "nova" novela que vai passar no "Vale a Pena Ver de Novo". E daí uma pequena multidão se aglomera, às 3h da tarde, em frente a qualquer loja de eletrodomésticos, para "ver de novo"...
Que povo estranho e fascinante!
segunda-feira, março 02, 2009
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