Saudades

Estou nesse momento ouvindo uma música e pensando em como alguns relacionamentos podem ser estranhos...

Durante algum tempo, talvez alguns anos, você convive com determinadas pessoas, as quais considera grandes amigos. Você vive na casa deles, sai com eles todo dia, tem ótimas conversas sobre os assuntos mais variados, dos mais fúteis aos mais complexos e profundos, brinca de diversas coisas, dá e recebe conselhos... Mas eles não são daqui... vieram de algum local distante e depois de algum tempo devem voltar pra lá!

E um dia eles partem.. o grupo de amigos se despede, com tristeza, choro, mas sabendo que hoje em dia não existem desculpas pra que se perca contato. A internet, os correios, o telefone e a web cam proporcionam um contato muito próximo, mesmo estando a milhares ou dezenas de milhares de quilômetros de distância.

Mas não é isso que acontece... nas primeiras semanas, meses, talvez até alguns poucos anos, as conversas são freqüentes, fotos são trocadas, cartões postais, presentes... Mas com o tempo isso se torna menos freqüente. Você, que ficou, passa a valorizar tremendamente a cada vez em que recebe até mesmo um email relatando as novidades (um filho nasceu, um acidente, uma nova banda, uma viagem)...

Mas por que tantas vezes nos sentimos preteridos? É claro que o melhor lugar do mundo é a nossa terra e com certeza nossos amigos devem estar super satisfeitos por voltarem ao seu lar. Mas por que temos a impressão de que aquilo é mais importante do que o relacionamento que construímos juntos? E as conversas ficam mais raras, mais sem-assunto, as visitas se tornam mais vazias e insuportáveis, as pessoas se encontram no messenger, mas já não se falam mais.

E, quem sabe, depois de muito tempo você encontra e assiste uma fita em que estão gravados momentos tão fantásticos vividos juntos, ou ouve uma música que marcou aqueles momentos. E nessa hora dá vontade de chorar!