quinta-feira, agosto 16, 2007

O audacioso projeto do discipulado

"Não devemos pensar que Cristo estava produzindo um grupo de pessoas frágeis e despersonalizadas [seus discípulos]. Pelo contrário, ele, por meio dos seus princípios inteligentes e incomuns, estava transformando aquele grupo de incultos galileus na mais fina estirpe de líderes. Líderes que não tivessem a necessidade de que o mundo gravitasse em torno deles, que se vacinassem contra a competição predatória e contra as raízes do individualismo. Líderes que tivessem mais prazer em servir do que em serem servidos, que aprendessem a se doar sem esperar a contrapartida do retorno, que estimulassem a inteligência uns dos outros e abrissem as janelas do espírito humano. Líderes que não fossem controlados pela ditadura do preconceito, que fossem abertos e inclusivos. Líderes que soubessem se esvaziar, que se colocassem como aprendizes diante da vida e que se prevenissem contra a auto-suficiência. Líderes que assumissem suas limitações, que enfrentassem seus medos, que encarassem seus problemas como um desafio. Líderes que fossem fiéis à sua consciência, que aprendessem a ser tolerantes e solidários. Líderes que fossem engenheiros de idéias, que soubessem trabalhar em equipe, que expandissem a arte de pensar e fossem coerentes. Líderes que trabalhassem com dignidade seus invernos existenciais e destilassem a sabedoria do caos, que vissem suas dores e dificuldades como uma oportunidade de serem transformados interiormente. Líderes que, acima de tudo, se amassem mutuamente, que tivessem uma emoção saturada de prazer e vivessem a vida com grande significado existencial.
As palavras são pobres pra retratar a complexidade e a ousadia sem precedentes tanto da inteligência como do propósito transcedental de Cristo. Os textos das suas biografias são claros: ele não queria melhorar ou reformar o ser humano, mas produzir um novo ser humano...
Não há uma equipe de recursos humanos, uma teoria educacional, uma teoria psicológica, uma escola de pensamento filosófico ou uma universidade que tenha a abrangência e a complexidade da escola da existência de Cristo. Ele tinha uma paixão indescritível pela espécie humana."

Augusto Cury in Análise da Inteligência de Cristo V. 1 - O Mestre dos Mestres - Ed. Sextante (p. 185-186)

O bom é que sabemos que o Cristo sente por nós é muito mais do que uma "paixão indescritível". É o verdadeiro amor do Pai que enviou seu Filho Único. Nós como discípulos desse Mestre temos que nos tornar os líderes que Ele quer...

terça-feira, agosto 14, 2007

Aprendendo de Jesus

"Cristo não queria que seus discípulos estivessem sempre juntos no mesmo espaço físico, mas no mesmo sentimento, na mesma disposição intelectual, na mesma meta. Ambicionava uma unidade que todas as ideologias políticas sonharam e jamais conseguiram. Uma unidade que toda empresa, equipe esportiva, universidade e sociedade almeja, mas nunca consegue. Almejava que fossem unidos na essência intrínseca do ser deles.
A unidade que Cristo proclamava eloqüentemente não anulava a identidade, a personalidade. As pessoas apenas [??] sofreriam um processo de transformação interior que subsidiaria uma unidade tão elevada que estancaria o individualismo e sobreviveria a todas as suas diferenças. Juntas, unidas, elas desenvolveriam as funções nobres da inteligência. Cada pessoa continuaria sendo um ser complexo, com características particulares, mas na essência intrínseca elas seriam uma só. Nessa unidade cooperariam mutuamente, serviriam umas às outras, se tornariam sábias e levariam a cabo o cumprimento do propósito do seu mestre."

Considerações de um psicólogo (Augusto Cury) sobre os desejos de Jesus para os seus discípulos.