terça-feira, dezembro 07, 2010

O que o cristão deve querer da vida?

Nessa série de posts, estou querendo pensar a vida do que poderia ser chamado o "cristão médio". Não o cristão medíocre, mas o que não está incumbido de nenhum dos tais "ministérios de tempo integral" (pastor de igreja, missionário transcultural, plantador de igrejas, etc.). Até essas nomenclaturas são falsas e pouco representativas da realidade da vida cristã: todo cristão tem um ministério de tempo integral. Afinal, o que é o trabalho da mãe que fica em casa durante anos, ensinando suas crianças no caminho? ou do líder jovem que acompanha seus colegas na universidade, nas escolas, no princípio de sua vida profissional? Como podemos não lembrar que cada papel social de um cristão já é seu próprio ministério, ou seja, a responsabilidade que lhe foi imputada por Cristo?
Voltando ao início, o cristão médio é justamente esse que tem incumbências profissionais, desafios em sua própria casa, relacionamentos de amizade, um casamento, filhos, pais, etc., e que está envolvido 24 horas por dia, 7 dias por semana com essas atividades. Ao mesmo tempo é um cristão que, enxergando além das necessidades mais próximas, também atua em uma comunidade organizada, se responsabiliza por certos "serviços" em sua igreja. Ou seja, o cristão médio é aquele que compõe a imensa maioria das nossas igrejas mas, ao mesmo tempo, se diferencia da massa por ser comprometido e enxergar a mesma coisa, tanto na igreja quanto na sua rotina "secular", a saber: as pessoas no meio das quais Deus o colocou e às quais deve servir, como se fosse ao próprio Deus.
Não é uma compreensão que seja senso comum no meio das igrejas; pelo contrário, a prática mais presente entre os evangélicos (e completamente antibíblica) - por mais que muitos não a verbalizem - é a de que a vida cristã se resume às atividades realizadas na igreja, ou no domingo, ou no fim de semana e nas reuniões de oração de quarta-feira, etc. Para esse crente, as atividades profissionais, ou a forma como ele conduz sua vida afetiva ou familiar é assunto privado, ninguém deve se meter. Seja porque o mercado é muito voraz e não comporta os princípios de amor ao próximo e justiça tão radicais pregados na Bíblia, ou porque ninguém deve por o dedo em brigas (e decisões) de marido e mulher.
Justificativas são muitas, mas pensar a vida do cristão, suas prioridades e seus princípios só é válido se enxergarmos a vida do cristão como um todo, em que Deus vai tocar de segunda a segunda, em cada ambiente, cada decisão, cada aspecto. Deus não quer 10% do meu salário e não quer 1/7 do meu tempo, Deus quer 100% e não aceitará menos do que isso!!

Daqui a pouco tem mais... Abraços.

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