sábado, janeiro 29, 2011

Solidão

Eita feriazinhas mais conturbadas!! No início de dezembro tive a ruptura do ligamento no tornozelo, e até agora ainda estou em função disso, fisioterapia, etc. Além disso, estou trabalhando desde o início de janeiro, na academia, como um bico. E ontem extrai 2 sisos, tô com a boca ainda bem inchada, dor, dificuldade pra comer, etc. O básico.. E tem a organização do casamento, que demanda tempo, paciência e uma certa dose de ansiedade. Mas tento levar essas coisas de forma bem tranquila, a gente faz o que tem que fazer e aproveita ao máximo as situações.
A minha dificuldade maior para tocar esse tempo tem sido a enorme quantidade de horas em que passo sozinho! Muito tempo dentro de ônibus ou da baia da fisio, tempo sozinho em casa, e mesmo quando estou na academia, não deixa de ser um tempo solitário, pq não estou ali como amigo das pessoas (por mais que tenha amizade com elas, e que converse sempre, sobre os mais variados assuntos), mas como um profissional, no momento de lazer daqueles alunos. Na realidade, mesmo dar aula em uma escola, como eu faço durante o ano, é um trabalho solitário - solitário frente a 25 alunos, por mais que eles sejam participativos.
Não estou reclamando. Apenas refletindo o quanto está se tornando necessário que as pessoas aprendam (eu inclusive e principalmente) a viver muito tempo apenas consigo mesmo. Até este blog é a própria prova do que estou dizendo. Falamos para uma tela de computador, e outras pessoas, tb sozinhas lêem e compartilham ou discordam das minhas impressões. Às vezes se manifestam, mas na maior parte das vezes não. E isso acontece o tempo todo, ao redor de todo o mundo.
A internet tem o papel master de mostrar isso: o que são as redes sociais, os serviços de conversa eletrônica, até os portais focados em pornografia, senão paliativos para o sentimento de isolamento e inadequação das pessoas? Infelizmente, nesse sentido eles não tem alcançado sucesso: arrebanham milhões de pessoas, famosas ou anônimas, ricas e pobres (pelo menos as que frequentam Lan Houses ou tem internet acessível no serviço), mas nenhuma dessas pessoas sentem-se mais integradas ao mundo quando encostam a cabeça no travesseiro. Continuam solitárias, mesmo em uma casa cheia de gente, numa festa cheia de gente, ou assistindo o Big Brother, e ligando inúmeras vezes para definir o rumo dos confinados. Continuam sozinhas e sem nenhum sentido de relevância frente ao mundo.
Somo "seres sociais", como dizem os estudiosos (também eles solitários em seus estudos e divagações), e sofremos com essa necessidade, precisamos de gente. Não é fácil, para ser humano nenhum, lidar com isso, e cada vez teremos que despender mais energias para superar esse desafio.

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