O Porquê sem Resposta

Momentos felizes, graças a Deus, são constantes na nossa vida. Sejam situações singelas como uma conversa com um amigo, ou grandes vitórias, como uma formatura ou o nascimento de um filho. Seria interessante questionar, na verdade, se o que chamamos de “singelo” não estaria perfeitamente alocado sob a categoria de grande vitória ou até mesmo de grande milagre. Contudo, freqüentemente, esses momentos são paralelos a importantes questionamentos, decepções e tristezas. Um dos efeitos da maturidade talvez seja alcançar, algum dia, o equilíbrio suficiente para lidar com essa contradição de sentimentos, pensamentos e acontecimentos no cotidiano. Afinal não seria razoável imaginar que durante a nossa vida isso tenha alguma chance de ser diferente.

E quando a gente vai para a cama, à noite, no frio dos últimos dias, se enrola no edredon e fica a pensar, sem mais interrupções, apenas uma pergunta vem a cabeça: por que determinadas coisas tem acontecido?

Acredito que não é pecado perguntar isso para Deus. Fiz isso nas últimas noites. Repetidas vezes. Talvez Ele não responda. Ou talvez Ele responda como fez a Jó: “Onde você estava quando Eu lhe criei? Quem é você para querer saber essas coisas?”. E talvez ainda Ele responda daqui a algum tempo! Por enquanto eu não vi a resposta.

Só sei que tenho sentido muito a falta dos meus amigos nos últimos dias. Quem sabe até pra me dar umas chacoalhadas, umas broncas. Infelizmente, a minha impressão é de que os amigos me tem fugido.