sexta-feira, outubro 26, 2007

Nós e o Tempo

"O Eterno pode encontrar-se conosco naquilo que, de conformidade com nossas medições atuais, é um dia ou (mais provavelmente) um minuto ou um segundo; mas temos tocado o que não é de forma alguma mensurável com medidas de tempo, sejam longas ou curtas. Assim, nossa esperança é, no final, emergir, se não totalmente do tempo (o que talvez não se adapte à nossa humanidade), pelo menos da tirania, da pobreza unilinear, do tempo; dominá-lo e não ser dominado por ele; e assim curar aquela ferida sempre dolorida, a qual a mera sucessão e mutabilidade nos inflingem, quase igualmente quando estamos felizes e quando estamos infelizes. Pois nos damos tão mal com o tempo que até mesmo ficamos atônitos diante dele. "Como ele cresceu!" exclamamos. "Como o tempo voa!", como se vez após vez a forma universal de nossa experiência fosse uma novidade. É tão estranho quanto se um peixe repetidamente se surpreendesse com a umidade da água. E isso seria realmente estranho; a não ser que o peixe estivesse destinado a um dia se tornar num animal terrestre."
CS Lewis, Reflections on the Psalms

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